11 dezembro, 2008

Ocasião


Ela chegou. Ele demorou, mas também chegou. Ele queria redimir-se, mas lhe faltavam argumentos. Ela no outro canto trocava palavras com outros. Ele a viu. Ela não o notou. Ele estava covarde. Ela estava machucada. Uma música tocava, ele respirou. Ele andou em sua direção, ela não o notou. Uma música tocava, ela pensava nele. Ele a viu de perto, sentiu seu perfume, quis tocar seus cabelos. Ela não o notou. Uma música tocava, ele tomou coragem e falou. Ela o viu, finalmente o notou. Ele teve medo, mas ela sorriu. A nuvem se dissipou. Ele fez declarações, ela o questionou. Uma música tocava, ele sentia seu coração. Ele pediu, ela novamente o aceitou. Uma música tocava. Novas promessas foram feitas. Ele pegou em sua mão, ela ternamente a apertou. Ele fitou seus olhos, feliz. Ela também os dele fitou. Uma música tocava. Uma história recomeçava.

4 comentários:

Guilherme Bandeira disse...

Profundamente maneiro!...

www.olhaquemaneiro.com.br

Dário Souza disse...

Que bunitinho...diria encantador

Luisa disse...

gosto de recomeços.
acredito neles, ainda.

Beijo.

Unknown disse...

Amauri, meu caro! Pena não ter podido comentar antes (a Pompéia é meu álibi), mas tenho acompanhado os seus textos com muito, muito prazer. Você escreve muito bem! Um grande abraço.